
Com: Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep e Stephen Dillane
Um argumento potencialmente interessante, com um elenco de luxo, onde alguns são sobrevalorizados.
Estreado em 2002, The Hours (As Horas) mereceu novo visionamento. Afinal, é por vezes, fora dos focos ou das polémicas que alguns filmes atingem o seu esplendor, quer seja por nos ser permitida uma reflexão maior ou por, simplesmente, nós próprios espectadores termos evoluído em personalidade e gostos.
As Horas é baseado num romance de Michael Cunningham com título homonimo e conta a história da escritora Virginia Woolf ( Nicole Kidman ) quando se encontra numa luta constante com o seu interior, ao escrever o seu primeiro grande romance. Esse romance vai influenciar de alguma forma a vida de outras duas mulheres, uma dos anos 50, Laura Brown, ( Julianne Moore ) que estando a passar por uma fase depressiva, lê o romance “Mrs. Dalloway” e considera-o tão revelador, que acaba por ponderar efectuar uma mudança devastadora na sua vida. Na actualidade, surge Clarissa Vaughan, ( Meryl Streep ) a versão contemporânea da Mrs. Dalloway romanceada.
O filme acaba por nos fascina, prendendo a nossa atenção do início ao fim, afinal ele foi escrito, realizado e produzido cuidadosamente, de forma a agradecer uma audiência exigente de cinéfilos e de júris sedentos de argumentos sérios e respeitáveis.
O filme é, ao mesmo tempo, um filme de época e um filme moderno. É o passado que acaba por dominar a narrativa, com o tempo presente a funcionar como um epílogo de todo o argumento. As Horas é um produto cinematográfico criado para ser intelectualmente estimulante.
O filme acaba por ser uma mini-biografia de Virginia Woolf, especulando os motivos que a levaram a escrever “Mrs. Dalloway” e o que a conduziu ao suicídio? Procura, de certa forma, explorar a homossexualidade feminina em diferentes épocas? Aborda o desgaste que se cria durante a escrita de um livro ou procura mostrar que por detrás do indivíduo escritor encontra-se uma pessoa assolada por fantasmas interiores? No final de contas, acaba por se perceber que a narrativa entrecruzada de três histórias não foi feita para mais do que simplesmente surpreender o espectador.
E a marcante presença das grandes divas de Hollywood fazem a diferença: Nicole Kidman, Julianne Moore e Meryl Streep.
Nicole Kidman ganhou o seu único Óscar de Melhor Atriz acima de tudo pela caracterização que foi necessária para a interpretação de Virginia Woolf, ao ponto de a deixar irreconhecível.
Contudo, é Julianne Moore que detém a melhor personagem e a que melhor trabalhou nesse sentido. Moore tem uma interpretação surpreendentemente boa, no papel de uma dona de casa depressiva e que poderia, contudo, ter caído nos clichés comuns. Felizmente, tal não aconteceu; valeu-nos a qualidade de uma atriz que, lamentavelmente, não recebeu o galardão da Academia, que lhe seria tremendamente justo.
Meryl Streep interpreta uma personagem que poderia ser interessante, mas que acaba por morrer demasiado em importância, devido ao argumento.
As Horas é um filme surpreendentemente bom e vale a pena assistir...
( Link para Donwload do filme em Rmvb:
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